Sempre que fazemos uma escolha em nossas vidas, não sabemos até que ponto elas darão certo ou não. Não sabemos quais as suas consequências, que perdas ou ganhos teremos. Até que ponto valem a pena ou não. Mas são escolhas e diariamente, tomamos inúmeras delas. E cada uma delas é um caminho que se abre para diversas direções. É o nosso livre arbítrio.
Já tomei muitas decisões na vida, assim como todo mundo. Com todas com certeza, aprendi muitas coisas, mesmo que essas escolhas tenham sido ruins ou boas, pois tudo é um aprendizado.
Sempre fui aquela que queria ser independente, voar alto e longe. Mas no final, a escolha mais difícil da minha vida, foi ter de sair de perto de meus pais. E isso eu só percebi no momento em que parti e a cada dia da minha vida desde que sai há 6 anos de lá. E não foi um sair de perto, em que a hora que quero, pego um carro e logo estou lá. Foi o sair de perto, de às vezes vê-los apenas uma vez no ano. Sei que tem gente que está numa situação muito pior. Talvez não veja seus familiares há anos. Mas para mim é difícil. E está se tornando cada vez mais difícil. Por inúmeros motivos. Um deles é que pessoas importantes para mim começaram a adoecer, pessoas importantes se foram, problemas aconteceram, e eu não pude estar lá, nunca pude ajudar.
Então com essa minha escolha, aprendi muitas coisas. Aprendi o valor precioso de meus pais e da minha família toda. Que eles são o tesouro de minha vida. Talvez eu não percebesse o tamanho desse amor, se estivesse convivendo ali no dia a dia.
Aprendi o quanto é difícil, não poder correr para eles, quando estou me sentindo só, quando estou chateada.
Aprendi a suportar a dor da saudade, no dia a dia.
Vi o quanto é difícil perder um ente amado e não conseguir estar com a família no momento tão difícil.
O quanto é difícil saber que alguém que você ama está doente, e você não está lá para dar o apoio e o amor.
Aprendi a fingir que Natal e Ano novo não são só na data determinada, mas que sempre é quando vou para lá, pois muitas vezes, por motivos que a vida coloca, não posso estar nessas datas com eles, datas que afinal, são símbolicamente de reunião familiar.
Aprendi a ouvir, e sofrer calada. Pois é difícil ouvir sua mãe, seu pai, seus avós dizendo seus sofrimentos e você não estar lá para abraçar. A única coisa é ouvir e falar palavras de conforto. E sofrer junto com eles sem demonstrar.
Hoje tenho tanto medo...de que mais uma vez algum deles se vá ( por mais que não deva pensar), e eu tenha passado tanto tempo longe. Muitas vezes deixado de ligar. Que eu não tenha dito como eu os amo. Que mais uma vez....ai....
Me sinto uma filha, uma neta, uma sobrinha, uma irmã, uma prima, uma madrinha muito ingrata. E muitos devem me achar assim.
Deixei meu trabalho tomar conta da minha vida. A falta de dinheiro dominar minhas escolhas.
E estar ao lado deles onde fica??? Me sinto desnaturada....parece que os abandonei por mais que eu não tenha feito isso.
Mas essa foi a minha escolha....com ela eu aprendo a cada dia. Com ela sofro pela falta deles. Com ela também tenho felicidades, não posso dizer que não. Mas ultimamente a distância, sem poder estar perto tem me feito sofrer a cada dia mais. Mas, a escolha foi minha....a decisão de partir minha...
Fer
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