sábado, 23 de outubro de 2021

OLHE ATÉ QUE CONSIGA VER....OU SINTA ATÉ QUE CONSIGA ENTENDER


 Covidei. Sim. Covidei. Mas o que é isso Fernanda? Peguei covid, estando no puerpério, sem praticamente sair de casa, indo apenas fazer uma cirurgia por dia na clínica. De casa pro trabalho, do trabalho para casa. Raras pessoas adentraram minha casa. Vacinei. E mesmo assim testei positivo. Não queria falar sobre. Mas me senti na obrigação de falar. Passamos a menosprezar sintomas de gripe. Achamos que estamos infaliveis e completamente imunes ao virus devido a vacina. Festas, shows, aglomerações. As pessoas acham que ele não esta mai ali. Mas está. POr vezes você está assintomatico, por vezes foi só uma tosse, por vezes foi so um espirro. Mas o vírus esta ali. E como aconteceu comigo, adentrou minha casa, num periodo de fragilidade. Olho para minhas filhas e meu coração treme. Lis prematura, apenas 3 meses. E se ela pegar? E se luisa pegar? E se acontecer algo com elas? Não, não vou suportar. 

Meus sintomas já estão sumindo. Já estou pra sair da quarentena. Mas por vezes acessei o campo desse vírus, e senti a angustia e a ansiedade devastadora que quem pegou teve ou tem. É uma crise que dói, um medo de amanha não estar mais aqui. Uma falta de ar. Uma vontade de abrir o peito na unha e tirar a dor a angustia. Falta o ar, falta a esperança. Mas consegui sair desse sentimento coletivo que nos cerca. Implantei a esperança em meu coração. E sigo no mantra: Gratidão, isso vai passar. GRatidão tive sintomas leves. Gratidão minha filhas estão bem. 

Universo, estou aqui pra dizer que entendi. 

Em menos de 3 meses encarei situações ameaçadoras a vida. No meu parto, devido a sindrome Hellp, poderia ter perdido minha vida, minha filha ou minha vida e minha filha. Hoje me deparo com esse virus que amedronta, que não sei nem por qual porta entrou, e novamente me deparo com o medo.

Decretei que, por mais que inumeras vezes, inclusive esse ano, eu desejei não viver, e por vezes estava morta em vida, as lições tomadas nesses tres meses me fazem dizer ; SIM EU QUERO VIVER, SIM EU TOMO A MINHA VIDA, EU HONRO A VIDA QUE MEUS PAIS ME DERAM, EU QUERO MUITO VIVER. Viver de uma maneira mais leve, viver pelas minhas filhas, viver pela minha familia, viver por mim.

Grata Universo, Grata Deus,  pelas lições. Gratidão por não ter pego esse vírus gravida, seria muito mais grave. Gratidão, gratidão, gratidão. 

Que ao final de 2021, eu possa passar na prova com nota maxima.


P.S. Agora lembrem, cuidado, o virus esta por ai. Gripou, faz o teste, teve diarreia, faz o teste. Foi numa festa/ aglomeração e não se sentiu bem? Faz o teste. Pense no próximo, no coletivo, pois por mais que você possa passar ileso e sem sintomas, outras pessoas podem pegar e  não ter a mesma sorte. 

domingo, 30 de maio de 2021

O GRITO




Grite, grite suas dores, grite suas vontades, seus defeitos, suas qualidades, seus desejos, suas raivas, seus amores. Grite o mais alto que puder, para que todos ouçam, mas que principalmente, você ouça.

Saia do automatico, se reconheça como ser humano, não como um robo. Entenda e faça todos a sua volta entenderem isso.

Se aceite vulnerável, nem sempre ser vulnerável é ruim. Admita suas fraquezas, seus pontos fracos. Mostre sua vulnerabilidade para que os outros entendam, mas principalmente para que você entenda. Demonstre seus limites, seus cansaços, suas dores. Os outros não tem obrigação de saber se você não falar. Então para que respeitam seus limites, você primeiramente precisa respeitar. 

Mostre, quantas vezes forem necessárias. Dispa-se do papel de herói. Tire a armadura, mostre suas chagas. Se mesmo assim não compreenderem que pelo menos você compreenda.

As pessoas só passam dos limites conosco, porque permitimos, porque ultrapassamos infinitamente o respeito por nós mesmos.

Grite o não entalado, a palavra não dita. Grite, diga o chega o basta. Antes que o tempo passe, e nada de útil você fez por você, por muitas vezes se forçar pelo bem dos outros, para agradar o próximo. Tenha consciencia, de que a culpa e de quem permite. Ninguém vai advinhar nossos nãos. Nossas fraquezas, se o tempo todo damos conta de tudo. 

Nós "super-herois" falhamos. Sim , falhamos. E quando a falha acontece, niguém aceita, nem mesmo nosso eu, afinal somos embativeis. E então de maravilhosos nos tornamos os piores. Por não suprirmos a expectativas dos outros. Mas sabe qual a maior falha?  com nós mesmos. 

Falhamos porque não admitimos chorar, errar, dizer não, estabelecer limites, se dar limites, admitir o pedido de socorro do corpo e da alma. Feridos seguidos pelo bem do próximo. Mas quem é o mais próximo de mim se não eu. O que me da o direito de destruir meus sonhos e espectativas, meu descanso, meu sono, minha vida, simplesmente para agradar o proximo.

VIvemos numa era em que as pessoas exigem a presença constante, a resposta imediata, a doação sem medidas. Julgam que podem ofender, falar o que querem, sem olhar para a alma do outro lado. Sem nem se perguntar : ela sente dores? Ela esta bem? Muitos por terem suas dores e frutrações, descontam no próximo como se este fosse uma lixeira. Não há o se importar, dane-se o outro. Ele tem que servir a mim. E ai caimos na questão da empatia. Tem que ter empatia com o outros, ele esta sofrendo por isso está agindo assim. Mas por isso devo deixar a empatia por mim de lado? De achar certo que tratores de palavras e ações passem por cima de mim, e depois levantar, sacudir poeira, e em meio a tantas feridas dizer tudo bem? Não sei, juro que não sei até que ponto se destruir, vale a pena. Temos que ser empaticos e respeitosos uns com outros, mas também conosco.

No fim de toda a historia será você e você. E aí....como será?