segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Dia dos pais

 Ontem, dia 11/08/2024 foi dia dos pais. Foi um dia de muita refelexão pra mim, que se exarcebou com o acidente da voepass, que também me agitou muito em mente e coração. 

Talvez o último dia dos pais que tive com o meu foi em 2004, 20 anos que não passo essa data com meu pai. E tantas outras, aniversário, natal, ano novo. Há 7 anos não o vejo pessoalmente , não dou um abraço. A minha consciencia de filha ( não só em relação a ele mas a toda minha familia distante), dia a dia vem pesando. E muito. Deixei me envolver nas correrias do dia a dia. As sabotagens de não dá pra sair, não tem como em tal data, não tenho dinheiro, e assim vai. E a vida vai passando. 

Foi do meu pai que herdei a alma musical. Acha incrível que ele até tinha carteira de musico. Com ele aprendi a cantar e me inspirar a tocar vioolão. Tocava para que eu cantasse as musicas do balão mágico e me fez amar Roberto Carlos. E é em alguns momentos que acho que, eu ter me distanciado da música, seja porque eu me conectaria a este tempo e doiria mais. A pouco voltei a me conectar e a minha suspeita se afirmou...a alma começou clamar por voltar ao ninho. Uma necessidade cada vez maior de estar próxima aos meus.

Do meu pai também herdei o amor pelos animais e com isso querer ser veterinária sem nem pensar em outra coisa.

Mas o voar pra longe do ninho tem tornado meus dias cada vez mais dolorosos.

Vivo como se meu pai, minha mãe, meu irmão e minha familia fosse eternos  e eu também. E ai foi que veio a reflexão avassaladora do acidente da voepass. Tantos videos dos passageiros de antes de entrarem no voo, mensagens de voz, fotos. Filhos, pais, maes, amigos enfim,todos felizes, e ninguem sabia que partiriam logo depois. Então vivo me privando de estar com os meus, por medos, compromissos, dinheiro. Deixo de viver abraçando aqueles do qual sou parte. E o tempo não volta. Não voltará. E ai vem:E como vou fazer? 

Diariamente devemos pesar na balança : o que é mais importante pra mim? O que fará diferença pra mim : uma entrega absurda a minha profissão, me impedindo de estar com os meus ou estar com os meus e se sentir completa.?

É Fernanda, acho que deveria repensar seriamente sobre isso.

Pai..Te amo. Obrigada por tudo sempre. 


sábado, 20 de julho de 2024

Quando operei meu joelho....mas não é exatamente sobre isso.

Vou começar contando uma historia que aconteceu comigo. Joguei handebol durante toda minha adolescencia. Sempre fui muito apaixonada por esse esporte. Em 1999, durante uma partida, fiz o gol mais bonito da minha vida, mas cai e rompi os ligamentos do joelho esquerdo. Fui pro banco, coloquei gelo e tentei voltar. Não rolou, meu joelho a cada esforço pra correr saia do lugar. Até então não estava levando a serio a lesão. Ao voltar pra casa, fui nos famosos "arrumador de ossos", ele puxou meu joelho pra lá e pra cá e eu quase morri. Mas depois que desinchou vida que segue. Achei que estava boa. Algumas vezes joguei sem problemas e em outras meu joelho teimava em sair do lugar. E eu teimava tentar jogar. Um dia estava sentada no chão fui levantar e meu joelho novamente saiu, só que dessa vez eu não conseguia mais esticar minha perna. Fui finalmente ao médico, 2 anos após a lesão primária . O diagnostico doi ruptura de ligamento cruzado posterior e menisco. Resumo: cirurgia. Entrei na sala cirurgica sozinha, queria minha mãe e comecei chorar achando que ia morrer. Mas tudo correu bem e após alguns dias fui pra casa. Após seguiu-se a adpatação, sessões de fisioterapia e 3 meses de muleta. Quando tirei a muleta achei que ja poderia andar kms. Na epoca estava na faculdade e quando tive alta das muletas resolvi caminhar até o mercado que era há uns 2 km de distancia. Resumo; quase não consegui voltar pra casa. Tentei voltar jogar mas percebi que não conseguiria jogar da mesma forma de antes da lesão . Eu tinha medo de que acontecesse de novo, meu fisico já não era o mesmo e, se eu quisesse jogar deveria aceitar que aquela Fernanda que lesionou o joelho aos 18 anos, não voltaria mais. 
Eu tenho burnout. Nossa Fernanda, o que tem haver seu joelho e o burnout. Calma que vocês irão entender. Mas no final.
Desde 2011, venho sofrendo com crises de fadiga por compaixão culminando com Burnout. Na época em que não se falava sobre isso, pelo menos não nesse termo. Era depressão e transtorno de ansiedade. A primeira vez que li sobre, foi num livro do professor Rodrigo Rabelo de emêrgencia, mas li e passou. Fui saber exatamente o que era durante o curso de medicina veterinária sistemica onde encontrei vários colegas que ou eram sobreviventes do Burnout, ou abandonaram o barco. Mas todos com mesmo objetivo: recalcular a rota dentro da medicina veterinária.
Quantas vezes ouvi frases como: "Nossa mas numa profissão tão linda, como veterinário pode ter Burnout? "Mas você não deve ter não, quem tem não consegue continuar na profissão e abandona"
"Deve ser que você precisa de férias, tira uma semaninha logo você volta a ficar bem " "A mas então você não gosta do que faz"
Mas sempre é dificil  falar, mas principalmente expor nossa vulnerabilidade. Varios pensamentos rondam como : não posso mostrar a minha fragilidade, e o que os clientes vão achar ? Será que continuarão confiando em mim? Eu não posso me mostrar fraca. Preciso sustentar. Não posso parar. Vai dar certo. E ai se veste da armadura, entra no automático e não acessa a dor. É uma ótima tática (contém ironia). Você se anestesia, se trata, acha que esta tudo normal, segue a vida e tenta se manter como a mesma profissional do inicio. Virando noites, ligada 24 horas por dia no telefone , pois vai que alguem precisa de atendimento. Quer  abraçar o mundo, dar conta de tudo até que você cai e sente uma dor absurda muito maior do que o ligamento do joelho se rompendo. 
Então quer dizer que eu não amo mais minha profissão? Não, não é isso. Muito pelo contrário. Quem tem burnout é uma pessoa que ama o que faz e não consegue impor limites tanto em relação aos outros quanto a si mesmo. Inclusive a si mesmo é a pior parte. Como conseguimos ser tão cruéis com nós mesmos. E como somos. Queremos saber tudo, salvar todos os pacientes (é que não nos contaram na faculdade que eles, infelizmente a morte faz parte da vida) e, quando algo sai do eixo nos culpamos por dias a fio. Saimos da faculdade sem saber como se comunicar com tutores, como agir quando um paciente tem uma doença grave ou acaba partindo. E ai a gente quer pegar a dor do outro. A gente quer rebobinar a fita. Mas não dá. E ai vamos colecionando armaduras, e a cada dia a gente coloca uma. Até a próxima crise. 
Na primeira crise em 2011 tive uma sequela que me acompanha até hoje: não consigo falar ao telefone, não atendo a não ser que seja minha familia ou conhecido.  Gente, desculpa. Mas foi traumatizante. Então toda vez que eu tenho que atender telefone eu tenho taquicardia, falta de ar e suor frio. É muito dificil pra mim. MInha segunda grande crise foi em 2014. Vinha de 2 anos frenéticos me achando a super que daria conta de virar 3 dias sem dormir nem 4 horas. Quantas vezes nesse ano eu ficava na clinica a noite e deitava em cima dos colchonetes, perto da internação pra ouvir meus pacientes e, cada pouco eu ia ver como estavam.  Queria atender tudo e todos. Ai o oraganismo começou a pedir a conta. E então veio a gravidez da Luísa, que me fez desacelerar ( um  pouco, pois na verdade só parei depois que ela nasceu). Um mês depois que Luísa nasceu eu ja estava no centro cirurgico e fazendo alguns atendimentos. Novamente anestesiei, consegui até ficar sem medicação e vida segue. Em 2017 nova crise, por vezes antes de entrar no consultorio sentava no chão e me abraçava. Respirava, e ia. Quantas vezes, quantas. Um dia surtei na internação. Na verdade desabei no choro igual uma criança. Pensei que não conseguiria mais. Terapia, medicamentos, auto anestesia e seguimos achando que tudo ok. Final de 2020 e 2021, nova crise extremante forte. Não conseguia entrar no consultório, queria só atender na internação, não conseguia interagir com as pessoas sem estar tremendo e com taquicardia. Eu não me achava suficiente e temia as pessoas perceberem a minha vulnerabilidade naquele momento. Sim eu tinha medo de mostrar que eu era vulnerável.  Agora mesmo ,escrevendo essas linhas, meu coração esta acelerado e minhas mãos geladas, pois estou encontrando com minhas dores e expondo elas. Na crise de 2021 eu estava gestante da Lis. Lis nasceu prematura e esse periodo foi  de maior medo, mas foiuma escola. Lembro que, nas semana que ela nasceu, passei por vários estresses na clinica (estou sentindo a sensação de tudo nesse momento), lembro que eu estava muito cansada, chorava demais. Mas continuava. ATé que a vida  falou, beleza você ainda não entendeu o que é para parar é?, vamos pra escola da vida. LIs nasce prematura, fica na utin por 15 dias. Ela nasceu e não veio pros meus braços. Eu ficava os dias sentada ao lado da incubadora. Naquele momento eu precisei estar presente. Não queria saber se a clinica estava fechada ou aberta. Foi desesperador ter a sensação de que poderia perder ela. Ai entendi que desacelerar é necessário e que a gente tem que se colocar como prioridade em alguns momentos. A passagem pela utin foi uma verdadeira escola pessoal e inclusive profissional. Sou muito grata aos profissionais maravilhosos que fizeram parte desse momento. Era pra ter entendido né ? Momentanamente, por alguns meses deu certo.
Me enchi de cursos nos últimos anos, fiz especialização, aperfeiçoamento, cursos rápidos, numa Ânsia absurda de saber para ser o melhor para meus pacientes. A busca por uma perfeição que inexiste. É impossível. No fim eu estava entrando em curto e alguns cursos acabei nem terminando. Era uma compulsão por cursos, pois eu não me achava suficiente, eu teria que ser mais, para melhorar de todas as formas a vida dos meus pacientes.
Hoje me encontro mais uma vez com meu amigo Burnout. Talvez me encontre na pior crise, desde 2011. Do final de 2023 para cá ela foi chegando devagar mas se agigantou de uma forma que, dessa vez, eu pensei em abandonar a profissão, pensei em acabar com tudo. Tem horas que a dor no peito se agiganta de uma forma tão grande que você só quer sufocar tudo isso. Num das crises de pânico que tive, eu segurava meu dedo para me acalmar assim como uma criança pega na mão da sua mãe quando esta com medo. 
Nossa mas você é dona da clinica poderia descansar. Talvez  essa posição seja o pior. Eu sou minha pior carrasca. Não me permito sair, não me permito não estar. Mesmo não estando em corpo estou com a cabeça 24 horas lá. Um senso de responsabiliade por vezes doentio e absurdo. E quando todos saem e você que sobra. Todos que trabalham com você podem sair, faltar e você tem que estar lá. Li uma frase esses dias que dizia: "jesus falou para amar nossos inimigos, foi ai que comecei a amar a mim mesmo". Vivo a minha rotina de forma intensa, me cobro de uma forma cruel, quero dar toda minha vida, pois sim eu amo muito o que faço. Mas mais uma vez toquei o fundo do poço e estou tentando subir. POr vezes gritei pelo colo da minha mãe sem ela saber. POr vezes abracei nosso mascote Chico, buscando sentir amor, sem ninguem ver. Por vezes tranquei a porta e chorei em silencio para ninguem ouvir. Por vezes, antes de dar a noticia ruim para uma família, eu me culpei pelo que eu não tinha culpa, imaginei ser apedrejada. Mas seguimos com muita dor em muitos dias. Dores que somatizam no corpo. Resolvi abrir meu coração, ainda receosa frente a julgamentos, mas sabendo que alguem pode estar passando por isso, seja veterinário ou não. Resolvi mostrar a minha vulnerabilidade, meus medos., que sou humana, que não sou uma super heroina e que eu sangro..mas também deixar bem claro como amo o que faço, como amo cuidar dos meus pacientes e suas familias. Sou grata a todas as familias que passam por mim e pelas grandes amizades que construi. 
Que fique claro que isso não é um momento de vitimização, mas um desabafo que pode conectar com outras dores e que todos podemos nos apoiar e sair desse momento muito mais forte do que entramos. 
E ai , para terminar, vem a lição do meu joelho machucado. Na primeira vez que você passa pelo Burnout, você acha que não era nada e que vai dar pra entrar no jogo e fazer tudo como era antes ou até mais. Mas ai você vai forçando, estrapolando e ai como com meu joelho, suas emoções e sua alma precisam ir para o centro cirurgico. Ai você se reabilita e pensa vou voltar de onde parei, mais não dá. POrque ainda dói, da medo. Então qual a solução? Saber que não tem como você ser a mesma pessoa/profissional de antes. Isso não quer dizer que precise abandonar, ainda mais quando se ama o que faz. Mas inves de abandonar descobrir uma nova versão. Ser o que é possivel ser, respeitar seus limites e ser sua nova versão. 
Em busca da nova versão, agradecendo inclusive pela crise que me fez repensar a recalcular minha rota e a todos os profissionais que me acompanham e aos ombros que me ajudam a levantar, sigo uma passo de cada vez, até toda essa tempestade passar. 
Gratidão Universo...eu consegui escrever e liberar tudo que eu precisava. 

sábado, 23 de outubro de 2021

OLHE ATÉ QUE CONSIGA VER....OU SINTA ATÉ QUE CONSIGA ENTENDER


 Covidei. Sim. Covidei. Mas o que é isso Fernanda? Peguei covid, estando no puerpério, sem praticamente sair de casa, indo apenas fazer uma cirurgia por dia na clínica. De casa pro trabalho, do trabalho para casa. Raras pessoas adentraram minha casa. Vacinei. E mesmo assim testei positivo. Não queria falar sobre. Mas me senti na obrigação de falar. Passamos a menosprezar sintomas de gripe. Achamos que estamos infaliveis e completamente imunes ao virus devido a vacina. Festas, shows, aglomerações. As pessoas acham que ele não esta mai ali. Mas está. POr vezes você está assintomatico, por vezes foi só uma tosse, por vezes foi so um espirro. Mas o vírus esta ali. E como aconteceu comigo, adentrou minha casa, num periodo de fragilidade. Olho para minhas filhas e meu coração treme. Lis prematura, apenas 3 meses. E se ela pegar? E se luisa pegar? E se acontecer algo com elas? Não, não vou suportar. 

Meus sintomas já estão sumindo. Já estou pra sair da quarentena. Mas por vezes acessei o campo desse vírus, e senti a angustia e a ansiedade devastadora que quem pegou teve ou tem. É uma crise que dói, um medo de amanha não estar mais aqui. Uma falta de ar. Uma vontade de abrir o peito na unha e tirar a dor a angustia. Falta o ar, falta a esperança. Mas consegui sair desse sentimento coletivo que nos cerca. Implantei a esperança em meu coração. E sigo no mantra: Gratidão, isso vai passar. GRatidão tive sintomas leves. Gratidão minha filhas estão bem. 

Universo, estou aqui pra dizer que entendi. 

Em menos de 3 meses encarei situações ameaçadoras a vida. No meu parto, devido a sindrome Hellp, poderia ter perdido minha vida, minha filha ou minha vida e minha filha. Hoje me deparo com esse virus que amedronta, que não sei nem por qual porta entrou, e novamente me deparo com o medo.

Decretei que, por mais que inumeras vezes, inclusive esse ano, eu desejei não viver, e por vezes estava morta em vida, as lições tomadas nesses tres meses me fazem dizer ; SIM EU QUERO VIVER, SIM EU TOMO A MINHA VIDA, EU HONRO A VIDA QUE MEUS PAIS ME DERAM, EU QUERO MUITO VIVER. Viver de uma maneira mais leve, viver pelas minhas filhas, viver pela minha familia, viver por mim.

Grata Universo, Grata Deus,  pelas lições. Gratidão por não ter pego esse vírus gravida, seria muito mais grave. Gratidão, gratidão, gratidão. 

Que ao final de 2021, eu possa passar na prova com nota maxima.


P.S. Agora lembrem, cuidado, o virus esta por ai. Gripou, faz o teste, teve diarreia, faz o teste. Foi numa festa/ aglomeração e não se sentiu bem? Faz o teste. Pense no próximo, no coletivo, pois por mais que você possa passar ileso e sem sintomas, outras pessoas podem pegar e  não ter a mesma sorte. 

domingo, 30 de maio de 2021

O GRITO




Grite, grite suas dores, grite suas vontades, seus defeitos, suas qualidades, seus desejos, suas raivas, seus amores. Grite o mais alto que puder, para que todos ouçam, mas que principalmente, você ouça.

Saia do automatico, se reconheça como ser humano, não como um robo. Entenda e faça todos a sua volta entenderem isso.

Se aceite vulnerável, nem sempre ser vulnerável é ruim. Admita suas fraquezas, seus pontos fracos. Mostre sua vulnerabilidade para que os outros entendam, mas principalmente para que você entenda. Demonstre seus limites, seus cansaços, suas dores. Os outros não tem obrigação de saber se você não falar. Então para que respeitam seus limites, você primeiramente precisa respeitar. 

Mostre, quantas vezes forem necessárias. Dispa-se do papel de herói. Tire a armadura, mostre suas chagas. Se mesmo assim não compreenderem que pelo menos você compreenda.

As pessoas só passam dos limites conosco, porque permitimos, porque ultrapassamos infinitamente o respeito por nós mesmos.

Grite o não entalado, a palavra não dita. Grite, diga o chega o basta. Antes que o tempo passe, e nada de útil você fez por você, por muitas vezes se forçar pelo bem dos outros, para agradar o próximo. Tenha consciencia, de que a culpa e de quem permite. Ninguém vai advinhar nossos nãos. Nossas fraquezas, se o tempo todo damos conta de tudo. 

Nós "super-herois" falhamos. Sim , falhamos. E quando a falha acontece, niguém aceita, nem mesmo nosso eu, afinal somos embativeis. E então de maravilhosos nos tornamos os piores. Por não suprirmos a expectativas dos outros. Mas sabe qual a maior falha?  com nós mesmos. 

Falhamos porque não admitimos chorar, errar, dizer não, estabelecer limites, se dar limites, admitir o pedido de socorro do corpo e da alma. Feridos seguidos pelo bem do próximo. Mas quem é o mais próximo de mim se não eu. O que me da o direito de destruir meus sonhos e espectativas, meu descanso, meu sono, minha vida, simplesmente para agradar o proximo.

VIvemos numa era em que as pessoas exigem a presença constante, a resposta imediata, a doação sem medidas. Julgam que podem ofender, falar o que querem, sem olhar para a alma do outro lado. Sem nem se perguntar : ela sente dores? Ela esta bem? Muitos por terem suas dores e frutrações, descontam no próximo como se este fosse uma lixeira. Não há o se importar, dane-se o outro. Ele tem que servir a mim. E ai caimos na questão da empatia. Tem que ter empatia com o outros, ele esta sofrendo por isso está agindo assim. Mas por isso devo deixar a empatia por mim de lado? De achar certo que tratores de palavras e ações passem por cima de mim, e depois levantar, sacudir poeira, e em meio a tantas feridas dizer tudo bem? Não sei, juro que não sei até que ponto se destruir, vale a pena. Temos que ser empaticos e respeitosos uns com outros, mas também conosco.

No fim de toda a historia será você e você. E aí....como será?


terça-feira, 10 de setembro de 2019

Pedido aceito

Resultado de imagem para setembro amarelo
Por que o titulo dessa postagem é pedido aceito? Bom, desde março de 2014 não aparecia mais por aqui. Não escrevi mais, perdi o ânimo e minha vontade de colocar as palavras em papel (ou melhor tela/teclado). Mas há algum tempo minha consciência superior, aquela voz que fica no pé do ouvido, as vezes chata, vem me pedindo para entrar aqui novamente e escrever. E eu dialogo com essa voz. E numa das vezes justifiquei que não queria mais, que tinha medo dos julgamentos, de acharem que escrevia em um blog para aparecer ou me vitimizar. Mas a voz me falou que aqui é escondido, e só achará o blog, quem realmente precisar ler e que talvez, as pessoas possam ver que não estão sozinhas em determinadas situações.  Ai certo dia entrei e comecei a ler minhas postagens. Vi que algumas coisas não mudaram muito de lá pra cá. Mas também teve muita coisa qu aconteceu entre março de 2014 até setembro de 2019. Mas isso são cenas para uma próxima postagem. Então consciência, estou aqui escrevendo novamente. Pedido aceito.
O que me traz aqui hoje, são palavras que estão em minha cabeça, e que preciso colocar em papel ou em teclado ou tela, como queiram. 
Vou aproveitar a temática do setembro amarelo e falar sobre suicídio ou algo que possa a ter a ver a chegar a ele.
Esse fim de semana assisti o filme NASCE UMA ESTRELA. De início já comecei chorar pois reavivou memórias de uma parte minha que eu matei. Sim matei. Quem me conheceu há muito tempo, sabe o quanto a musica fez parte da minha vida. Acho que até um dos motivos para eu evitar filmes que envolvam histórias musicais é esse: mexer com essa parte. E chorei pra valer. Pedi desculpas a mim. E continuei. Mas quem assistiu o filme até o final, sabe que a cena que o portão da garagem se fecha dói na alma. E ai eu chorei mais. Chorei por que me envolvi com a história? Também. Mas porque ali reconheci algumas coisas....e que assim como o início me vez encontrar uma face minha já enterrada o final me vez olhar para algo atual, que já vem me atormentando a tempos.
Então vamos pras verdades minhas. Antigamente eu achava que as pessoas que cometiam suicidio eram covardes e egoistas. Sim eu achava absurdo, como não lidar com a própria dor ou procurar ajuda. Tem jeito. Cadê a fé? Sim preconceituosa que não sabia o que pensava. Até o momento em que você começa a entender e parar de julgar. Mas fulano não tinha porque ter feito isso, tinha vida boa, bem casado, filhos saudáveis, dinheiro....mas alguém sabia suas dores de alma ? Ou nossa era depressivo tadinho e não aguentou, ou até mesmo motivos que pudessem levar a desesperos eternos e dolorosos que alguns lidam bem e outros não conseguem. Independe. Cada um sabe o tamanho de sua dor e ninguém no mundo pode julgar.  O que entendi, é que a pessoa não comete suicídio porque quer ir para um lugar melhor achando que está acabando com tudo ou que esse é o caminho mais fácil para os problemas. Não, não é fácil. Ela comete o suicidio porque a dor da alma dela é tanta, que ela quer matar essa dor. Ela quer extinguir essa dor, nem que isso lhe custe a vida.
No que eu acredito, sei das consequências pós esse ato na espiritulidade. Então nunca me passou o ato em si pela cabeça. 
Mas, como já falei esses dias para uma pessoa, o sentimento que tenho, e de que apesar de que eu acho que nunca cometeria o ato, em vários momentos eu sinto que já morri em vida. É um vazio, uma dor insuportável no peito, uma vontade de chorar sem uma lagrima se quer cair. E comecei a entender, que esse vazio que sinto, é de partes de minha essência que matei. Quem é você Fernanda? Sou veterinária. Não profissional, pessoal, quem é você? Não sei. A Fernanda pessoa foi engolida e perdida em algum lugar do caminho. E hoje ela grita, mas não consigo encontrar. E ai dói. Tentar se reencontrar dói. Se perdoar, se abraçar, se amar. Isso dói. E as vezes essa dor chega num pico em que você quer arrancar ela custe o que custar.  Mas ai você para, respira e calma, e segue com a dor, mas buscando ajuda e o sentido de sua vida. Preciso encontrar isso, para que eu possa reviver. Preciso achar a Fernanda em meio a tanta coisa para reviver.
O Blog segue com o mesmo nome, pois continuo procurando sonhos. Ainda não os tenho, assim como não tem nada hoje que eu possa dizer que ame fazer. A música morreu em mim, o esporte, a leitura. Mas pensando bem, talvez um bom sonho seria recuperar tudo isso e me reencontrar. Me reconectar a a essência. Já é um bom começo. acredito que isso se firmando todo o resto vem. 
O que quero dizer com tudo isso é: respeite e não julgue a dor do outro. Não se engane pelas aparências. Dê um abraço se sentir vontade. Sorria. Isso tudo pode estar salvando alguém do precipício que ela já se encontra. E pra você que está nessa dor: Estamos juntos. Procure ajuda, grite, escreva, alivie sua alma, procure uma fé, mas principalmente aprenda a se respeitar e se amar acima de tudo. Estou tentando....

sexta-feira, 7 de março de 2014

AMA A TUA DOR


Paradoxalmente, anelavas pela paz, quando edificando o bem entre as criaturas humanas, e és defrontado pela incompreensão e repúdio.
Sentes desencanto ao constatares que os sagrados misteres a que te entregas são recebidos com acrimônias e suspeitas.
Desanimam-te os comportamentos daqueles nos quais confias, na grei onde mourejas, produzindo amarguras e mal-estares.
Entristece-te a maneira como te tratam os amigos da seara em que te movimentas, desconfiados em relação à tua entrega.
Constatas insanas competições onde deveriam multiplicar-se as cooperações, como se o labor pertencesse a cada um e a seara estivesse destituída de administrador e abandonada pelo Senhor.
Sentes cansaço e não consegues renovação íntima, diante da ausência de tempo hábil para a reflexão.
Pensavas que os corações afetuosos, que sorriem contigo, permaneceriam acessíveis ao teu nos momentos difíceis, constatando, porém, que o ego neles predomina, em relação ao coletivo no grupo em que te fixas.
Ocorrem-te a desistência e o retorno às tuas origens, porque o paraíso que acreditavas estar ao teu alcance, na convivência com os demais servidores, é somente uma aparência com os mesmos desvãos que encontravas no anterior convívio social por onde te movimentavas.
Sofres, porque anseias pela harmonia e acalentas o sonho da plena solidariedade, que se te apresenta muito distante...
Não te esqueças, porém, de que os santos e serafins transitaram também no corpo e alcançaram esse nível de evolução porque enfrentaram equivalentes ou mais ásperas refregas.
Ninguém atinge o altiplano sem a caminhada pelas baixadas sombrias e difíceis de acesso.
Revigora-te na luta, sendo tolerante para com todos e exigente para contigo mesmo.
O reino dos céus é construído com os materiais da renúncia e da compaixão, da bondade e da comiseração, sob o patrocínio do amor.
Repara a Natureza sacudida frequentemente pelos fenômenos destrutivos que a visitam, permitindo-lhe, logo depois, renovação, exuberância e beleza na produção dos tesouros da vida.
De igual maneira ocorre na floresta humana.

Não te desencantes, pois, com os outros que, por sua vez, também se permitem frustrações em relação a ti.
Se amas Jesus e o teu objetivo é servi-lO, avança contente, conforme o fez o Irmão Alegria.
Ama a tua dor.
No momento em que o teu amor seja capaz de superar o sofrimento, sem rebeldia nem queixa, terás alcançado a meta que buscas.
A dor é um buril lapidador das anfractuosidades dos minerais duros dos vícios e dos arraigados hábitos infelizes.
Quem não enfrenta com harmonia interior os desafios da evolução, acautelando-se do sofrimento, permanece em lamentável estagnação que o conduz à paralisia emocional em relação ao crescimento íntimo.
Os caminhos do Gólgota, assim como os da Úmbria, ainda permanecem com sombras por cima e espinhos no seu leito, exigindo coragem e abnegação para serem percorridos com júbilo.
Vencê-los é o dever que a fé racional te impõe, a serviço de Jesus, a quem amas.
Se almejas alegria e bem-estar nos moldes profanos estás em outro campo de ação, mas se buscas o serviço com o Mestre de Nazaré, os teus são júbilos profundos e emoções superiores bem diferentes das habituais.
Não relaciones, pois, remoques e erros, antes aprende a retirar o melhor, aquela parte boa que existe em todos os seres humanos e enriquece-te com esses valores, sem te preocupares com a outra parte, a enferma, ainda não recuperada pelas dádivas da saúde espiritual.
Tem mais paciência e aprende a compreender em vez de censurar e exigir. Cada qual consegue fazer somente o que lhe está ao alcance, não dispondo de recursos para autossuperar-se no momento.
Jesus, modelo e guia da humanidade, conviveu com mulheres e homens bem semelhantes àqueles com os quais hoje partilhas a convivência, em labuta ao teu lado, suportando-se reciprocamente e dedicados ao amor.
Se, por acaso, sentes a sutil visita da intriga, da acusação e de outras mazelas que atormentam a sociedade, acautela-te, não lhes concedas guarida nem atenção, ignora-as e segue, irretocável, adiante.
Melhor estares na luta de sublimação, do que no leito da recuperação sob o impositivo de limites e restrições, impostos pelo processo de crescimento para Deus e para ti mesmo.
Em qualquer situação, alegra-te por te encontrares reencarnado, portanto, no roteiro da autoiluminação.

Ama a tua dor e ela se te tornará amena, amiga, gentil companheira da existência. E enquanto amas, trabalha pelo Bem, compensa-te com as bênçãos dos resultados opimos que ofereças ao Senhor, que transitou por sendas idênticas e mais dolorosas que essas por onde segues.
Assim, continua em paz, viandante das estrelas que te aguardam no zimbório celeste.
Francisco de Assis amava as suas dores e transcendeu todos os limites, conseguindo demarcar os fastos históricos com a renúncia, a simplicidade e as canções de inefável alegria.
E Clara, que lhe seguia o exemplo sublime, impôs-se dedicação integral e, ao partir da Terra, achava-se aureolada pelo sofrimento no qual encontrou a plenitude.
De tua parte, ama também a tua dor e experimentarás incomparável bem-estar.



pelo Espírito Joanna de Ângelis - Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 16 de dezembro de 2013, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=35





quarta-feira, 17 de abril de 2013

A última vez.



Hoje anjo querido, lembrei de quando ouvi sua voz pela última vez.
Aquela voz rouca e doce, mas que estava fraquinha e sem forças. Não podia acreditar. Não queria acreditar.
Quem pensaria que no outro dia as coisas virariam do avesso?
Meu anjo amado...que saudade de ouvir você falar meu nome tão feliz. Parecia que quando eu te ligava era a coisa mais linda do munddo para você. Nunca mais ouvi meu nome com tanta felicidade e amor.
Meu anjo amado....precisava tanto do seu eu te amo. Precisava tanto da sua confiança em mim. Do seu amor, mesmo distante.
Lembro que você me disse: " a gente sempre longe e vai continuar longe" e eu disse que estávamos sempre perto de coração. Mal sabia eu o que aconteceria. Mas de coração continuamos perto. Sempre.
Lembro de você falar do seu braço...lembro de dizer que não podia partir pois eu ainda não tinha filhos e como eles iam ficar sem a bisa deles. Como eles não conheceriam minha super vó. Super, LInda, meu amor.
Hoje  tento lembrar sua voz e ela me falta....
Falta tanto...falta você...sua presença...
Falta de ouvir "te amo filha" e eu falar eu tb vó.
Saudades eternas